quarta-feira, 13 de julho de 2016

Sobre a festa na FLINstones

Sobre a festa na FLINstones
Deley Cultural
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No ano de 2015 uma sequencia de três textos foram escritos a partir de uma observação da estrutura da feira literária em Natal/RN. A observância de um deley cultural, um diferença entre o real e o desejado, um minimo a ser oferecido e apresentado. A falta de planejamento para que a feira fosse oferecida a todos. A falta de sensibilidade quanto a questão da acessibilidade, por vários seguimentos da prefeitura, desde o planejamento a realização, com policiamento e fiscalização no local, não observando detalhes. Inclusive aos problemas mostrados ao prefeito, no momento e no local, seguido da resposta de praxe, “Tomaremos uma providencia” e “Isto não pode acontecer”.

13606889_1831167333837207_3511247159365257679_n.jpgAgora surge o anuncio da realização da feira em outro local, fato que incentivou a fazer uma visita ao citado local twitado, sem critérios jornalísticos, apenas observacionais Um olhar a partir de um Survey. E algumas falhas já foram observadas, em uma obra prestes a ser terminada. Alem de falhas arquitetônicas no espaço interno, há falhas em sua volta, e que também foi anunciado, um espaço a ser utilizado.

Uma prefeitura enaltecida de ser cultural, com cultura de gabinete, resolvendo suas tomadas de decisão, sem critérios de observação, apenas com assinaturas de ordens de serviços. Sua sede administrativa, o seu palácio, vem sistematicamente recebendo avisos e promessas de interdições, por ações de órgãos estaduais, o que nos leva a analisar o retrato de uma prefeitura.


O retrato de uma prefeitura PDF 667
O retrato de uma prefeitura (parte2) PDF 668
O retrato de uma prefeitura (parte 3) PDF


Festa na FLINstones (Partes 1, 2 e 3) PDFs 520, 526 e 530



Um delay cultural, um atraso nas ideias de  planejamento, observando as respostas, para que o oferecimento de uma feira em um espaço livre, possibilitasse a participação de todos.

E agora o que tudo indica, os mesmos problemas detectados em 2015 poderão ser recorrentes em 2016. A falta de planejamento associada a falta de observação, e a falta de ser um bom ouvidor, ouvir as reclamações daqueles que participam dos usos das ruas, com faixas de pedestres e calçadas.


Festa na FLINstones
(Parte 1)
PDF 520


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Era uma sexta-feira, na semana do dia de finados, semana de lembrar de coisas passadas. E pessoas e ideias; e comportamentos mortos, foram lembrados.  A começar pela manhã, tal como uma aula inaugural, uma explanação e uma exposição verbal, visual e oral, histórica e cultural. O comportamento social do ser humano ao longo da história, desde os tempos do pós-guerra, com os restos de soldados ainda vivos, espalhados pelas ruas e cidades da Europa, depois da Primeira Grande Guerra. Um breve relato com oradora oficial, na Oficina e apresentação de cordel da Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência. Perguntas mais esclarecedoras foram feitas à parte.
E a sexta-feira, também era dia de Festa na FLINstones, coisas que aconteceriam mais tarde, à tarde e no final da tarde. Nunca é tarde para ver e observar, tentar corrigir e aprender.
Muitos soldados entregaram suas vidas à suas mães, suas pátrias e nações. E voltaram da guerra amputados e mutilados. Foram amputados seus membros, por petardos e por uma medicina que não tinha argumentos e instrumentos, não tinha outra opção naquele momento, como recuperar ou preservar braços e pernas estilhaçados. Com anestesias, conhaques, whisky e morfinas, partes humanas foram amputadas, não existiam outras alternativas medicamentosas e alternativas tecnológicas. E a medicina usou como solução, uma intervenção cirúrgica de amputação, antes de maiores complicações ao corpo que sobrara. Este era o conhecimento da época.
Ainda hoje tem sido uma solução, o ato de amputar, trocado por extirpar. A amputação de um câncer, evitando sua proliferação. A retirada de células, tecidos, partes e órgãos atingidos. Com acompanhamentos e convalescências radioterápicas e quimioterápicas. Por muito tempo os dentistas que ainda não eram odontólogos oriundos de universidades, arrancaram os dentes de pacientes, por ainda não conhecerem tratamento de profilaxias e terapias, oral e dental. As estratégias de desfazer-se e eliminar, o que supostamente não tem uma solução. E sua conservação julga-se ser prejudicial. Separar do corpo, extirpar e subtrair. Isolar e não permitir contaminações. Visões e interpretações de miasmas. Separar o joio do trigo. A visão de que uma fruta podre, pode contaminar o resto da caixa. Visões sociológicas e comportamentais, sobre um corpo anatômico e fisiológico.
E soldados amputados voltaram da guerra totalmente desamparados, sem casas e sem membros que os amparassem diante das ruas e das esquinas. Improvisaram bengalas e muletas, sentaram em escadas e escadarias. Fizeram suas casas em ruas e calçadas tentando angariar a comoção alheia, na tentativa de conquistar alguns tostões para prolongar sua existência. Conquistaram a denominação de aleijados, diante da sociedade, que vivia a sua volta, com membros preservados. Eram os excluídos de uma sociedade, os extirpados. Uma sociedade que não tinha soluções para os seus problemas. Faltavam o conhecimento e a aproximação, dos problemas e dos ditos problemáticos.
E a sociedade evoluiu suas visões e suas missões diante daqueles excluídos. Precisou evoluir para receber novos excluídos. A sociedade também age como a medicina, amputando seres da sociedade, enquanto não tem uma ideia, ou uma função para acolhe-los, no denominado sistema produtivo, produzido pelo capitalismo. A industrialização com maquinas e ferramentas forneceria nos produtos e novos excluídos, vítimas de acidentes de trabalho. Vítimas de novas guerras; vítimas do automobilismo. Vítimas por acometimentos de nascença. A preservação da espécie como instinto, oposto ao canibalismo social.
O termo usado para aqueles seres humanos exilados da sociedade foi cada vez mais, se modificando e evoluindo, até chegar uma denominação, de portadores de necessidades especiais. Entendia-se que tinham uma necessidade diferenciada dos demais. E a palavra ‘portar’ ficou como uma cruz para carregar, portar e carregar consigo uma necessidade, uma fragilidade, ocultando uma deficiência, na comparação com o ser humano considerado normal. Mas neste momento a sociedade já admitia escutá-lo. Ouvir suas dificuldades e suas necessidades, a partir do olhar do excluído.
O eterno ato de dominar e excluir, segue em vários parâmetros e várias instâncias. Por um longo tempo, os boletins escolares tinham notas classificadas por letras, A, B, C e D. E os últimos da turma eram carimbados pela letra D, de deficiente, até que mudaram os termos, para outras palavras com letras abreviadas: ‘E’ de Excelente, ‘MB’ de Muito Bom, B de Bom. Os primeiros e os medianos na sala, sob o ponto de vista do professor. Os últimos eram classificados com a letra ‘I’ de insuficiente. Alunos são, ou já foram classificados de zero a cem e de zero a dez. Depois podem ser classificados de graduados e pós-graduados, a segregação institucional do conhecimento.
Uma diversidade de estereótipos, e estes são criados, inventados e encontrados, em vários seguimentos da sociedade. Desde a vida cromossômica, a disputa em ser o primeiro, e os outros descartados.
E os conceitos vão mudando, até que chegue um dia, quando cada um terá o livre arbítrio de fazer suas próprias escolhas. E construir o seu próprio e conhecimento, e não decorar os conhecimentos de outros. Há um novo compromisso social, por CARDOSO, R. em Novo Papel da Comunicação (Informática em Revista | Pag 24 | Edição 104 | novembro de 2015 | Natal/RN | https://issuu.com/facarn/docs/info-edicao104-novembro2015?e=0).

Festa na FLINstones
(Parte 1)
PDF 520
Em 8/11/15
Entre Natal/RN e Parnamirim/RN


Festa na FLINstones
(Parte 2)
PDF 526

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Depois de um relato histórico do processo cultural, da visão social sobre os deficientes nas sociedades, a última ideia sobre uma situação, uma nova definição, e uma nova condição. E finalmente foi adotado o termo de “pessoa com deficiência”, para aqueles que tiveram outros títulos em sociedades diversas, e de outras épocas. Começam novamente a ter um maior direito, e respeito ao usar o espaço público. Assim entende-se e assim se supõe. A explanação foi feita em um espaço público governamental e estadual, e espera-se que as autoridades públicas sejam as primeiras a entender e colaborar.

A transferência da responsabilidade de uma situação, se a sociedade ainda não tem uma solução definitiva para acolher a pessoa com deficiência, ela que assuma o termo escolhido, a estratégia de não assumir uma posição. E atualmente o termo escolhido é pessoa com deficiência, enquanto a sociedade e as cidades procuram resolver seus problemas e suas deficiências, buscando as suas melhores eficiências. E até fazer suas adaptações, das suas próprias deficiências em criar espaços que se adequem a todos, independentemente de raça, cor e religião, e agora a condição física. A condição fisiológica ou anatômica de cada um. O mundo gira constantemente, dia e noite, em busca de uma homogeneidade.
Ruas e praças, calçadas e escolas, todas ainda deficientes, devem criar alternativas, a curto, médio, e longo prazo, para receber aqueles excluídos, de adentrar no espaço público dotados de obstáculos e objetos diversos. Um acesso para aqueles que não tem possibilidades anatômicas e/ou fisiológicas para entrar nos espaços chamados de públicos.
A convenção sobre deficientes. Um evento foi criado para explanar a um público especifico estas novas ideias. E um espaço foi escolhido. Um espaço com deficiências para atender um público exclusivo, com um objetivo. Um espaço chamado de Escola de Governo (Natal/RN), dentro de um espaço da administração estadual, sediada em Natal. Um espaço que demonstra não ser dotado de acessibilidade, difícil inclusive aos que não possuem as denominadas e listadas dificuldades, ali chamadas agora de deficiências.
Não existem calçadas ou vias de acesso livres, para aqueles que chegam ali de ônibus, os chamados transportes coletivos. Não há espaços seguros como calçadas e travessias ligando o portão principal, até chegar na denominada escola. Inclusive com impossibilidades de acesso no seu perímetro, onde inúmeras filas de carros que estão estacionados, impedindo uma travessia por articulação motora, pelo simples uso das pernas.
Natal a cidade feita para os carros. A herança americana, que atravessavam a cidade conduzindo seus jipes. Hoje carros enormes ocupados apenas pelo condutor, imprimem uma alta velocidade nas vias do espaço governamental, que segundo fontes administradoras, estão limitadas a 30 Km/h, no espaço público e estadual.
Administradores públicos deixam claro as suas deficiências e ineficiências, não possuem um faro, não distinguem os problemas a partir de seus cargos públicos, que os beneficiam de um carro fechado e gabinetes isolados, com serviços de cafezinho e agua gelada. Administradores públicos possuem uma deficiência gustativa, não gostam de provar e comer, daquilo que foram eleitos para administrar e fazer.
E ainda teria um outro espaço para observar, para analisar. A festa na FLINstones. O quebra-cabeças estava armado.

Festa na FLINstones
(Parte 2)
PDF 526
Festa na FLINstones (Parte 1)
Texto disponível em:


Festa na FLINstones (Parte 2)
Texto disponível em:



Festa na FLINstones
(Parte 3) - Final
PDF 530

images.pngE na mesma sexta-feira da semana de finados, depois de uma conferência sobre os deficientes, uma visita à feira literária, ao cair da tarde. Depois de bem instruído e informado, por palestrantes escolhidos, os que praticam o respeito e a acessibilidade. A oportunidade de ver se tudo estaria posto em pratica, pelos administradores do município, no uso do espaço público. E no vale da Ribeira, a origem da cidade, uma festa na FLINstones, com coisas e atos da idade da pedra.
No evento matutino, uma justificativa foi apontada, para as escolas existentes atualmente. Escolas que foram planejadas e construídas quando não se falava nos temas atualmente debatidos, temas relacionados aos deficientes. Mas um evento recentemente idealizado e construído, montado em espaço público. Imagina-se que ideias e providencias deveriam ser tomadas, e providenciadas. Antes, durante e depois. Antes do planejamento e durante o acontecimento. Criando informações e conhecimentos para os próximos eventos.
O espaço é público, com a possibilidade e o direito de uso de todos, e por todos, até os falecidos. E falecidos estão ali permanentemente presentes, observando a sociedade de hoje. Djalma Maranhão, como espaço cultural. Augusto Maranhão, como teatro. E Augusto Severo, em pose de estátua. Duque de Caxias também está próximo daquele espaço; Barão do Rio Branco, Câmara Cascudo e outros. Sem contar os jornais tradicionais da cidade, fundados e criados por antigos e reconhecidos moradores. E a Ribeira insiste em ser resgatada. Insistem em resgata-la, por poderes culturais, históricos, públicos e privados.
O espaço público, a céu aberto, localizado na Ribeira, já não possui uma planta ideal para quem queira ali circular, há sempre carros, motos e bicicletas circulando pela enorme calçada. Fica claro, que na tentativa de preservar arvores e jardins, ficaram espaços estreitos e mínimos para indivíduos, que ali queiram transitar, a pé ou com uma cadeira de rodas. E na tentativa de cumprir regras básicas de acessibilidades, com uso do piso táctil, o que era estreito, ficou mais reduzido ainda, tendo em vista que os deficientes visuais precisam movimentar suas espadas.
Com tendas e barracas armadas, com estruturas de ferro e aço, os pisos guias foram bloqueados na FLINstones. Rampas de acesso estavam obstruídas e impedidas de serem usadas. Sem ordenação e afastamento os “ambulantes fixos”, armaram acampamentos para venda de bebidas variadas. A enorme quantidade de público presente, intensificavam as impossibilidades e dificuldades, já existentes.
Carros públicos com objetivo de fiscalizar o espaço, estavam posicionados ao longo das vias com uma faixa continua e amarela, indicando não ser permitido estacionar. Fiscalizadores públicos com uniformes de cor chamativa, deixando claro que trabalham na cidade noiva do Sol, não possuíam nome de identificação nos uniformes de cor exaltada. Não era possível reclamar ou contestar.  E cobram respeito à sua suposta autoridade. Estavam ali presentes como simples anônimos, com pose de pintinho amarelinho. Quem sabe talvez, uma manifestação cultural, remetendo a ideia do Flintstones. Parados com olhares abismados, aguardando o show começar. Era o dia do ex-ministro cultural se apresentar.
Inúmeros carros parados junto ao meio-fio, parecendo que necessitavam ser empurrados, de tão pesados que estavam. Amarelinhos pálidos assistindo tudo, com ares de quem não tinham nada a ver com aquilo. Questionados disseram ser algo fora do acontecimento normal, e compreensível, passível de acontecer e compreender. A estratégia do não se envolver.
Em outro dia, questionando o amarelo maior, em um momento fora das telas de TV, sobre a identificação dos amarelos menores, disse ele que, alguns possuíam identificação e outros não. Restando agora o filosofar, sobre o entendimento da estratégia, entre o sim e o não. O trailer de apoio ao turista, permanentemente fechado, durante uma permanência na FLINstones. No espaço que vem tentando-se resgata-lo como espaço histórico e cultural, na cidade do Natal.
Um conjunto de falhas administrativas, urbanas e turísticas. Falhas preventivas e coercitivas, no show literário com a pretensão de divulgar e promover Natal/RN. Um espaço com um Deley cultural, a diferença entre as necessidades culturais do povo, e as necessidades culturais daqueles que administram os espaços e os eventos.

Festa na FLINstones
(Parte 3)
PDF 530
Em 22/11/15

Entre Natal/RN e Parnamirim/RN

Textos Anteriores
Festa na FLINstones (Parte 1)
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Festa na FLINstones (Parte 2)
Texto disponível em:


E agora o que tudo indica, os mesmos problemas detectados em 2015, na festa FLIn, mas parecendo um FLINstones, na idade da pedra. Os mesmos problemas poderão estar presentes 2016. A falta de planejamento associada a falta de observação, e a falta de ser um bom ouvidor, ouvir as reclamações daqueles que participam dos usos das ruas, com faixas de pedestres e calçadas. Aguardemos o que pode acontecer, como convidados ilustres do mundo literário, que não compreendem uma linguagem escrita em rusas e calçadas.


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Sobre a festa na FLINstones
Deley Cultural
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Textos relacionados:

O retrato de uma prefeitura PDF 667
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O retrato de uma prefeitura (parte 3) PDF 671
Quando não existirem mais as palavras
Um poste no meio do caminho



Entre Natal/RN e Parnamirim/RN
Em 13/07/2016
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por Roberto Cardoso (Maracajá)
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