segunda-feira, 8 de agosto de 2016

A menor distancia para outros continentes, também é a menor distancia para o Brasil.

#BLOGdoMaracajá
A menor distancia para outros continentes,
também é a menor distancia para o Brasil.
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Natal/RN sempre teve um papel estratégico na geografia ao longo da história, do Brasil e do Mundo.

Passado
O marco de Touros/RN, tem a sua história, um marco chantado nas areias, do litoral potiguar, indicando um desembarque. Culturalmente aconteceram duas linhas de contato com a Europa, uma via Natal/RN e outra via Mossoró. Uma se tornou capital estadual e a outro capital da cultura. Uma ligada a questões internacionais e a outra com fatos e questões nacionais e regionais.

A importância de um estado na esquina do continente, com Natal//RN, Macau/RN e Mossoró/RN. Inclusive com uma Barreira (do Inferno) e um Trampolim da Vitória Parnamirim;RN. Partes de um elefante que estão contadas em outras histórias (O Elephante de Shivae Anatomia Cartesiana do RN). Arengas históricas sempre renovadas e atualizadas (Batalha na Avenida Roberto Freire). A pretendida Nova Amsterdã ficou implícita no porto e no aeroporto NAT - New Amsterdam Terminal.

Natal foi Porto de apoio para os navios de carga e/ou passageiros, que começaram a fazer viagens a partir da Europa; porto de apoio para navios, enquanto não havia o canal do Panamá, e navios precisavam contornar o continente. Parada obrigatória para os que vinham da América do Norte, aportando para abastecimento de viveres e de água.

Ponto de apoio para os primeiros voos aéreos civis, que também partiam da Europa, após a Primeira Guerra, com aviões remanescentes. Depois vieram os aviões maiores. Primeiro foram os hidroaviões que pousavam no rio Potengi, depois construíram pistas em terra. Local de assinatura de acordos, do Brasil e EUA, anteriores a II Guerra.

Europeus souberam usar de estratégias, associando-se e se unindo a tribos indígenas, provocando hostilidades e disputas, favorecendo seus interesses, de usufruir dos vegetais e minerais encontrados. E as arengas entre estados, repetem as disputas de tribos, que hoje disputam um HUB, e algumas refinarias.

Em um passado mais distante Natal foi ocupada por portugueses e holandeses. Foi ocupada, inicialmente por índios, que no momento não sabemos suas origens, e suas histórias, se da Terra Brasilis ou de outro continente. Um dia na história geológica da Terra, os continentes estiveram bem próximos, a América do Sul da Africa. E Natal na esquina do continente pode ter esta sina, de ser o local onde começa ou termina o menor caminho.

E com todas estas presenças de pilotos, passageiros ou marinheiros, articulados em tripulações de navegações marítimas ou aéreas, Natal não criou uma identidade, própria, ficou bastante influenciada. Mas conseguiu preservar alguma cultura, em meio a tantas culturas em escalas e fixadas, temporárias ou permanentes. Natal construiu e preservou uma história pela cultura, transmitida com versos e gestos. Uma cultura registrada na gastronomia.

Podemos ver algum detalhes e comportamentos no dia a dia. Natal foi a primeira cidade brasileira a experimentar um refrigerante de origem americana. E hoje a grande pedida ainda é o suco, de frutas diversas. A Holanda,  a França e Portugal podem ser famosas por uma infinidade de tipos de queijos e uma infinidade de vinhos. Mas o carro chefe da cidade, ainda é o tipo manteiga e o tipo coalho; manteiga de garrafa e farinha, tradicionais na formação histórica. A cultura começa na alimentação, com o plantio, a colheita e transformação, dos produtos agrícolas. surgem inúmeras receitas, e os modos de servir ou consumir os pratos. A cantoria e as danças da semeadura, passam pela colheira, pela cozinha e chegam a mesa, como sobremesa. No final do dia, quando chegava a noitinha, foram para o quintal.


Para longas caminhadas, o nordestino usou do sal usado em outras culturas. E a carne verde em salmoura foi exposta ao sol. Talvez para ser abençoada por deuses ocultos no céu. Com farinha e carne de sol, fez uma ração, para atravessar sertões e caatingas. embrenhou-se para o interior fugindo do canavial predominava no litoral, com moendas e usinas. fornecendo açúcar para outras terras. Com o jeitinho brasileiro embrenhou-se no sertão, vivendo, plantando, criando, e preservando uma cultura, com expressões e movimentos populares. Tirou leite de pedra, poetizando a região do Seridó.

Outros pratos muito consumidos em Natal, são a tapioca, o grude e o cuscuz, pratos de origens indígenas. Ainda há outros pratos a base de macaxeira, milho e coco, produtos típicos da terra. A carne de sol também é uma constante, de origem dos sertanejos.


Presente
Começou em Natal/RN o segundo curso de folclore. Uma iniciativa de grupo preservador cultural aconteceu para realizar o primeiro curso, que agora foi acolhido pelo SESC da cidade, na segunda edição do curso. Uma ideia que prolifera em outras cidades com apoio do SESC. A cidade de Natal partiu na frente em parceria com o SESC. E outros SESCs do Brasil gostaram da ideia.

Aguardemos o quão pragmático pode ser o curso. Será que há a necessidade de ser tão acadêmico?.
A visão acadêmica tem o hábito de teorizar, olhar por apenas um ponto de vista, analisar o comportamento do povo com teorias cientificas. Um olhar cientifico tende a construir criticas, contra aquele que fogem a uma regra. Estuda, observa e cria regras, para enquadrar outros fatos e eventos.

A cultura não é preservada com regras e teorias, mas com comportamentos. Os índios desde o descobrimento, não tinham uma escrita que pudesse eternizar seus conhecimentos. E toda cultura foi transmitida pela oralidade, pelos comportamentos. pelas danças e pela transformação do alimento. usaram seus corpos como mídias de transmissão de informações e conhecimentos.

O sistema acadêmico com as universidades não passam de culturas de outros povos, culturas importada e implantadas de outros países, com modelos de aprendizagem e ensino. Uma cultura baseada em uma religião, denominada aqui como ciência. Com dados coletados e implantados em um gráfico, planeja um futuro, com a fé de que tudo planejado no grafico aconteça.

A religião denominada como ciência, é imposta aos alunos com a espada e a cruz. A cruz foi estabelecida por Descartes, e surge a visão cartesiana dos fatos. baseadas em pensamentos, penso, logo existo. E a espada vem sempre renovada pelas teorias de Maquiavel e Sun Tsu, criando estrategias de guerra, que saíram do espaço militar e chegaram na gestão administrativa. Nas escolas e universidades são estabelecidos gráficos de aproveitamento, sempre com novos objetivos apontados.

A cultura emana do povo e principia nas ruas. O corpo é uma mídia com inúmeras informações, que ultrapassam a apresentação de um Power Point. Mas as ruas e calçadas estão sendo ocupadas e invadidas pelos automóveis, tirando o espaço do povo para realizar suas manifestações espontâneas. E agora as manifestações populares procuram espaços fechados onde os automóveis ainda não podem chegar. A cultura sempre procura seus jeitos e trejeitos de ser preservada.

Câmara Cascudo teorizou as manifestações populares atribuindo uma tríade para sua origem. E com sua teorização abriu caminho para a academia estudar. Um espaço que vem sendo teorizado, dando suporte para a academia dizer o que é, e o que não é cultura. mas a cultura não é pacifica, ela é viva e cinética, não vai se submeter aos critérios acadêmicos. Vai criar estratégias, criar argumentos implícitos e escritos nos corpos para permanecer viva. Pode até se travestir de marcas multinacionais, como estratégia de sobrevivência. um modo de estar camuflada diante das inúmeras mídias, com diversas marcas. E não ser apenas parte de estudos e de livros.

Câmara Cascudo prevaleceu-se do espaço em que vivia. Soube aproveitar as informações que chegavam pelo porto e pelo aeroporto. Noticias de outros continentes que desembarcavam em Natal no formato de jornais e revistas, livros e artigos. Cascudo recebeu e leu noticias. E soube interpretar o que estava escrito no povo de sua gente. Interpretou gestos e elementos.

A menor distancia para outros continentes, também é a menor distancia para o Brasil.  E se Natal/RN sempre esteve aberta para os olhares do mundo, esta na hora de Natal/RN olhar para o Brasil.

Futuro
O Brasil sempre viveu um papel de uma estratégia implantada, a de ser sempre um pais necessitado de ajuda: religiosa, econômica, artística ou tecnológica.  Mas não é dependente de cultura. E se um dia for dependente de cultura, é porque já não tem mais cultura própria, vive a cultura dos importados. Um pais sem habitantes nativos, ocupado por outros povos.

Outros povos. Os povos que já colocaram seus escudos na frente e na traseira de automóveis, para que todos vejam e possam desejar. Criam a cultura de deslocar-se por automóveis, que requerem peças, manutenções e combustíveis com outras bandeiras, criadas também por eles. Para que outros consumam seus outros produtos como financiamentos e leasing, fortalecidos pelos seus marketing e merchandising. O carro, o poder e o status.

Será o inicio do domínio das maquinas? Os carros já começam a ser computadorizados, podem deslocar-se sem motoristas..

A menor distancia para outros continentes,
também é a menor distancia para o Brasil.

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