segunda-feira, 15 de agosto de 2016

OLIMPÍADAS no Rio de Janeiro: Globo X Donuts

OLIMPÍADAS no Rio de Janeiro: Globo X Donuts
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Segundo o portal de notícias G1 (Domingo, 14/08/16), o NYT publicou uma matéria fazendo criticas à culinária carioca: 'The New York Times' critica biscoito Globo: ‘Sem gosto, assim como a culinária carioca’.  E o carro chefe da criticas foram os biscoitos Globo, muito consumido pelas ruas cariocas. Um patrimônio culinário e cultural, encontrado à venda nas praias,  tendo como principal acompanhamento o mate gelado.

Sendo as praias um local público, sem a cobrança de ingressos, a casadinha de biscoito e mate, é a principal pedida, um lanche leve e barato, combinando com a praia. O espírito leve do carioca e do biscoito, mais o Sol quente, refrescado pela brisa do mar e o mate gelado, tropicalizando seus hábitos, anunciados nas roupas de praia, que muitos estrangeiros se disseram escandalizados.  Talvez os americanos estejam querendo estilizar e elitizar  as praias, impondo suas regras gastronômicas, como já quiseram e fizeram em outros produtos e comportamentos.

Como sempre, querem impor suas culturas, alimentares e de comportamentos, tendenciando e culminando para as ciências e as praticas econômicas. Seu principal refrigerante Coke, chegou com as Forças Militares, baseadas em Natal/RN, escoltado com marinha e aeronáutica: US Navy e seus Marines junto com a USAF, em Parnamirim Feeld, durante o período da Segunda Guerra. Numeraram as ruas para não se perderem. Assim como fazem em cidades americanas, seus números de estatísticas e faturamento começam pelas ruas. A ciência e os números, com suas placas e pesquisas nas ruas.

Os bolinhos já conseguiram transformar em cup cakes, assim como as rosquinhas se transformam em donuts. Seu refrigerante nunca perdeu espaço para o produto de origem nacional, o guaraná, gaseificado ou natural. Nosso mate queimado e gelado, presente desde o inicio do seculo passado, foi comprado pela Coca Cola (Wikipédia), Talvez um estrategia de eliminação, mas ainda é a pedida da praia. Há noticias que o guaraná Jesus do Maranhão também já foi comprado, pela grande engarrafadora de remédios gaseificados.

Estrangeiros não suportaram as vaias, impostas pelas torcidas brasileiras em alguns momentos olímpicos. Alegaram ser um mal comportamento da torcida brasileira. Mas os brasileiros são os donos do campo, os que “mandam o jogo”. E eles (os estrangeiros) são apenas convidados. Foram eles que aprovaram e apontaram uma Olimpíadas para acontecer no Rio de Janeiro. Assumiram o risco de serem vaiados.

Uma frase se tornou meme e noticia. “Agora em Botafogo”. quando uma brasiliana impôs seu idioma, na rua, ao lhe ser pedida uma informação, por um gringo. Todo sistema opressor cria ferramentas para ser combatido. Sendo os donos das armas, não preparam uma defesa. Green go!, expressão contra o exercito americano. resumiu-se em gringo..

Vendedores ambulantes percorrem as praias cariocas, anunciando os produtos pelas marcas. “Olha o maaate…… Biscooito…..”. Leão e Globo são marcas conhecidas e reconhecidas nas praias. Os ambulantes carregam duas cargas, uma extremamente leve de biscoitos de polvilho; e outra bem pesada, o liquido gelado e precioso, o mate. E se o americano não entende nada de biscoito, também não vai entender nada de mate gelado......  A Coca Cola já alterou o sabor da Del Vale, com sucos de frutas em lata e em caixinha. Vai tentar tirar o sabor do mate, adaptando a seus sabores e costumes.

O local da degustação influencia no sabor do produto. A equipe do NYT, foi experimentar o biscoito na fabrica. E deveria ser sobre a areia quente, debaixo de um sol escaldante, protegido por uma barraca de praia. E para acompanhar, um mate gelado. A brisa marinha, com o cheiro da maresia, fariam um complemento das sensações e dos sabores. Saberes e sabores estão relacionados. Ai sim, caberia uma avaliação, a altura de suas rosquinhas e de seus bolinhos.

Outras criticas foram apontadas com garfos e facas nas mãos, diante de um prato. Voltadas a outros restaurantes encontrados na cidade, como os do tipo self service, com uma variedade de opções em diversas bandejas, acondicionadas em balcões. E a critica foi em relação as misturas encontradas, do macarrão simples ao delicado sushi. Mas com certeza a mistura eram em seus pratos, pois foram eles que montaram querendo experimentar de tudo.

Deveriam ter ido ao Amarelinho, ao Bar Luís ou na Confeitaria Colombo, experimentar um filé à Oswaldo Aranha. Restaurantes com frutos do mar na Praça XV, para tomar uma sopa Leão Veloso. Carrocinhas de cachorro quente, espalhadas pelas ruas, onde poderiam pedir um hot dog, lembrando as antigas carrocinhas da GENEAL ou GB Lanches. Lanchonetes para degustar um caldo de cana tirado na hora, com pastel de queijo bem quentinho. Ir a um trailer na praia e pedir um X-tudo, E no Angu do Gomes, em pé diante da carrocinha, um angu quente e apimentado. Desprezariam os trailers e as carrocinhas dizendo não ser um food truck, a que estão acostumados. E partiriam sem conhecer o Rio de Janeiro.

A revanche com verossimilhanças;

Imagine ir ao EUA e experimentar as rosquinhas fora de um carro parado na rua, onde se aguarda um momento de entrar em ação. Será totalmente sem graça. Sem a emoção esperada, de arrombar uma porta, com armas em punho e anunciando aos presentes encontrados escondidos: “CIA”, “FBI” ou “Narcóticos”; “Você tem o direito de ficar calado, ou tudo que disser poderá ser usado contra você”.

Na região Sul, talvez se sentissem mais em casa, a começar pelo clima. Na região Centro Oeste poderiam fazer uma critica a sopa paraguaia, que nada tem a ver com uma sopa. Na região Norte criticariam a comida indígena, poderiam fazer maiores criticas a damurida, que não passa de uma sopa rala com gosto forte de pimenta. E não desejariam ir a uma tribo indígena, conhecer as origens das receitas. Na região Nordeste diriam que a batata doce, mais a macaxeira ou a mandioca não passam de raízes, sem sabores agregados. ou poderiam dizem que o cuscus e a tapioca não dizem nada, quando são servidos isolados.

O Brasil é um pais de curiosidades, diversidades e particularidades. Um pais inventado, invadido e influenciado, pelos povos estrangeiros. Um pais onde ainda se constrói um brasiliano. E seria melhor que o NYT ficasse calado, estaria preservado de acusações. Aqui são outros trópicos, com outros tribunais e outros juizes, a partir de novos olhares.

Texto para: Substantivo Plural, o site cultural de Natal/RN


Entre Natal/RN e Parnamirim/RN, 15/08/16
Roberto Cardoso (Maracajá)Maracajá.jpg
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Texto no G1:
'The New York Times' critica biscoito Globo: ‘Sem gosto, assim como a culinária carioca’

RN

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